Perdoar, dizem, é muito difícil. Parece mesmo que, no atual estágio da Humanidade, é impossível, tantas são as cenas de vingança que as criaturas arquitetam umas contra as outras.
A mágoa é cultivada com esmero, no transcorrer dos dias e dos meses, até se consolidar em fatídico ódio, que acaba por consumir aquele mesmo que o alimenta.
As manchetes dão conta de pessoas que planejam, com detalhes, a sua desforra, ainda que ela demore a se concretizar, no tempo.
Mesmo no lar, muitas vezes, os pais incentivam os filhos a não receber desaforos sem revidar, de imediato, e a detestar e perseguir aqueles que, de alguma forma, os agridem.
Entre tantos fatos desabonadores dos que nos afirmamos seres humanos, brilham vez ou outra excelentes exemplos.
Lembramos, pela oportunidade, de Bud Welch, pai de uma única filha, Julie Marie. Ela foi morta na explosão ocorrida em um prédio federal, no dia 19 de abril de 1995, em Oklahoma City.
Outras cento e sessenta e sete pessoas morreram na mesma oportunidade e o terrorista Timothy Macveigh, autor do atentado, foi preso, julgado e condenado à morte.
Pois Bud Welch, que participa do grupo famílias de vítimas de assassinatos pela reconciliação, cujos membros pregam o perdão, lutou pela suspensão da execução do terrorista, até o último momento.
Contrário à pena de morte, Bud se afirmava satisfeito por estar fazendo tudo o que era humanamente possível para suspender a execução daquele homem.
Vou me sentir bem por ter tentado. - Afirmou.
Ao lado desse coração de pai ferido, que teve sua única filha arrebatada pela morte na explosão da bomba, outros tantos se movimentaram nos dias que antecederam à execução.
A Anistia Internacional pediu ao Presidente americano que a execução não se desse. O grupo americano da Organização de Defesa dos Direitos Humanos, encarregado do programa para o fim da pena de morte, sugeriu a introdução imediata de uma moratória sobre a aplicação da pena de morte nos Estados Unidos.
Apesar de tudo, Timothy Macveigh foi morto. Mas, ficou a lição de um coração paterno movendo céus e terra, para que uma vida fosse preservada, a do assassino de sua filha.
* * *
Perdoar significa valiosa conquista do Espírito sobre si mesmo, superando imposições inferiores do ego.
O grande desafio para o homem inteligente, que tem os olhos postos no infinito, é se dedicar ao equilíbrio. Assim, relevar o mal recebido é atitude que demonstra o desenvolvimento de aptidões superiores que, afinal, se encontram inatas em todas as criaturas e aguardam, somente, serem acionadas e colocadas em prática.
* * *
Após a tempestade violenta, que fere a paisagem majestosa, a natureza toda se recompõe e retorna a brilhar, colorida e festiva. É o sinal do seu perdão a quem a maltratou há poucas horas.
Depois da sombra da noite pavorosa, a claridade do dia se apresenta, restabelecendo a confiança e preservando a paz.
O coração ferido por golpes agressivos, que se ergue para perdoar e esquecer, é mensagem de esperança que se derrama pela Terra, pois, se pensarmos bem, quem de nós não necessita do perdão do outro?
Quem de nós não aguarda a madrugada sorridente, após a noite de sombras?
Quem de nós não espera, ansioso, o retorno do sol após a chuva torrencial?
Redação do Momento Espírita, com base em notícia
divulgada pelo Boletim da Federação Espírita Roraimense,
de maio 2001.
Em 2.7.2013.
divulgada pelo Boletim da Federação Espírita Roraimense,
de maio 2001.
Em 2.7.2013.
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