Era para ser mais uma manhã como outra qualquer, do cotidiano da vida. Mas não foi...
O trânsito, quase sempre caótico, fazia com que os motoristas permanecessem alguns minutos parados, nos semáforos.
Ninguém, com certeza, imaginava o que viria pela frente. Sons e cores se misturavam naquele cenário, brindado pela natureza com um belíssimo sol de outono.
Envoltos em seus pensamentos, cada qual programava a rotina daquele dia. Contas a pagar, clientes a atender, documentos a assinar, relatórios a revisar, refeições, encontros.
De repente, a novidade. Já havia, por certo, passado diversos ambulantes e entregadores de panfletos comerciais, quando aquele homem chamou a atenção de todos os que estavam próximos.
Estava trajado de modo bem simples e com um colete, contendo o nome do jornal que vendia, naquele local.
O sinal não demoraria a abrir, quando ele se deteve, por alguns segundos, junto à janela do passageiro de um dos carros parados no semáforo.
Debruçou-se na janela, ante a surpresa e a expectativa dos dois homens que estavam naquele veículo.
E não era por acaso. O rádio deles estava com um volume relativamente alto, que permitia aos demais motoristas ouvi-lo, mesmo que estivessem com as suas janelas fechadas.
Fechadas, é bem verdade, como as portas, travadas pelo receio que temos, todos, neste nosso presente incerto, das ameaças da violência que ronda sobre nossas cabeças.
De repente, a mágica. O homem passou a cantarolar, acompanhando a música e, empolgando-se, desfilou alguns passos bem ritmados, com extrema perícia e graça.
Afastou-se, com o desenrolar de sua surpreendente dança, e abriu um sorriso, extremamente contagiante. Subiu na calçada, ainda com os jornais em punho, os quais, aliás, pareciam ser o seu par naqueles passos tão definidos.
Finda a dança, ele olhou para trás, esboçou um tímido sorriso, com um radiante brilho nos olhos, como a agradecer aos tais homens, ou mesmo ao infinito, pela oportunidade de compor a sua trilha sonora daquele árduo dia de trabalho.
* * *
Interessante como a maioria de nós, para enfrentar o dia que começa, já sai de casa amargurada, aflita, sobrecarregada, impaciente, nervosa, agitada, aborrecida.
Pensamos nos problemas a resolver, nos débitos a saldar, nas pessoas que teremos de atender e tantas coisas desagradáveis que enchem nosso cotidiano.
Envoltos na rotina e na agitação do mundo moderno, esquecemos de bailar, de sorrir, de apreciar o tempo passar, de observar uma flor, um pássaro ou um cão, ou um ser humano igual a gente.
Um ser humano que, mesmo diante de dificuldades, com parcos recursos materiais, sujeito a um subemprego, exposto às intempéries e aos maus tratos e grosserias de algumas pessoas, encontra motivos simples para abrir um largo sorriso, rindo para a vida, para que essa mesma vida, em seguida, possa lhe sorrir.
* * *
Cultiva a alegria. Essa alegria que independe das coisas de fora, mas que nasce na fonte cantante e abençoada do solo do coração e verte abundante como um rio de paz.
Com o que tiveres, exalta a alegria, embelezando a vida e vive em totalidade os momentos de felicidade que a vida te oferece.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Naquela manhã, de
Marco Hiel Queren, da revista Harmonia, de junho 2001, ed. ADE/SC e no
verbete Alegria, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna
de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 13.7.2013.
Marco Hiel Queren, da revista Harmonia, de junho 2001, ed. ADE/SC e no
verbete Alegria, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna
de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 13.7.2013.
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